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Mostrando postagens de abril, 2009

augusta diário.

03h35 da manhã. meu sono foi embora, assim que você chegou. eu quis te beijar, te sentir bem perto. esquecer do mundo la fora, de todas as buscas que ainda me atormentam e só pensar no quanto as coisas mais simples parecem tão perfeitamente acomodadas quando você está por perto. lembrei de uma coisa bonita que escrevi, muito tempo atrás. quis te mandar. ainda não o fiz, pois o Wilco tocando aqui me fez perder a noção de tudo. Jeff Tweedy devia virar estátua quando morresse, e ser entitulado "O faquir da dor", como já diria o tio Jards Macalé, tão sabiamente. me lembrei de como tudo é tão cruel pra todos nós, hoje em dia. de como todas as coisas nos fazem sofrer. da pressão do dia-a-dia, da rotina que mata os sonhos, da falta de cuidado e zêlo entre as pessoas. nada disso pode abalar-me as estruturas agora. nada disso tudo que já me abalou. fecho os olhos. unhas vermelhas (mais precisamente Vermelho Paixão)passam pelo meu braço, enquanto cada um dos meus vários pelos se arrepi

muito barulho por nada (ou a arte de parafrasear shakespeare sem dar sequer a mínima pra tudo o que ele disse).

era uma vez a Cidade Perfeita. lá tudo funcionava perfeitamente: não havia lixo na rua, não se viam mendigos ou crianças abandonadas, todos estavam inseridos na sociedade e dela participavam ativamente. não havia corrupção, os ônibus nunca estavam lotados. e é de dentro de algum desses veículos que o nosso amigo Reginaldo começou a revolucionar. vinha ele com seus fones de ouvido, o terno alinhadíssimo, postura ereta. sentou-se numa poltrona vazia. não havia ninguém do lado. até uma moça entrar pela porta do ônibus, girar a catraca e aproximar-se dele. ela já era conhecida de vista de Reginaldo, tomavam a condução juntos quase todos os dias. sempre se entreolhavam, um sentado num banco à frente do veículo, outro sentado mais atrás. estavam sempre se esbarrando. mas Reginaldo nunca tinha se proposto a ir falar com a moça. hoje porém, achava que seria diferente. observou os movimentos esguios da guria, com olhar atento. ela veio, procurou por um lugar vazio, e sentou-se exatamente do lad

hã?

queria muito entender o que o orkut quer dizer com essas metáforas baratas... Sorte de hoje: Todos ganham presentes, mas nem todos abrem o pacote. aff. O.O

sobre o que ninguém entende (e nunca poderá entender, obrigado).

Na pressa de encontrar motivos me perdi. O Sol, a essa hora já se pondo, refletia a minha imensa falta de vontade em viver. Balbuciei palavras, friamente. Retive nos olhos as expressões mais contidas. Enganei a todos. Acharam que eu iria pra rua, ser aquele por quem todos lamentam, o cara que não deu certo. Mas eu tenho o dom de me reconfigurar. A singela aptidão de transformar o meu calvário em redenção, e isso sem mostrar nada, pra ninguém. Por quê? Porque ninguém entende. Ninguém poderia. O meu modo de vida é sim, arcar com o mal. Sobre amá-lo, eu faço tipo. O que eu amo é entrar numa rua, num bar, numa casa, respirar fundo e sentir o cheiro da alegria. Ouvir acordes enquanto quase passo mal de tanta admiração. Sentir as coisas, do jeito que eu não sentia. O sangue correndo nas minhas veias, oxigenando o meu pobre cérebro. "get on the turkish line you've never written a diamond under my door i'm through this door..." ouvindo Vanguart - Beloved.

sexta-feira 10.

entrei em casa e ela já me olhava do alto. joguei o casaco na poltrona no canto da sala, beijei meu pai, desci as escadas pro quarto. liguei o computador, coloquei um som calmo, entrei no banheiro e escovei os dentes. logo depois, me despi, abri o box e entrei, girei o misturador e a água fez massagem nas minhas costas. fria. odeio esse chuveiro que não segura a temperatura. ajustei no misturador de modo a esquentar a água, peguei o xampu e esfreguei a cabeça cantando a próxima da lista. terminado o banho me enrolei na toalha. saí pro quarto, peguei a calça, a mesma de sempre, o único jeans que me resta, vesti as pernas, fechei o botão. peguei lá fora a tábua de passar. algo manchou justamente a camisa que eu tinha escolhido pra hoje. que saco! achei uma outra, melhor alternativa, liguei o ferro cantarolando: "Guarda os olhos nas palavras/Desinteressada, logo vira o rosto/E a página". camisa passada, desodorante, um pouco d'água pra lubrificar a garganta tão maltratada a
declaro recesso por tempo indeterminado. voltarei a postar, tão logo as palavras parem de me querer comprometer! (maniazinha chata essa, não?) .

Sou #1.

Marcelo era um cara normal. A infância tranqüila em meio ás peladas de rua, banho de mangueira no quintal dos fundos, a roda de choro no domingo, pegar o violão do avô escondido... Essas eram as lembranças mais frescas na sua memória. Mas não tinha lembranças claras de convivência, com qualquer familiar que seja.A adolescência, perdida entre discos de Cartola e Chico, encontrou-se nas bandas de rock oitentistas, nas calças rasgadas e no baixo que ganhara do seu pai, antes desse falecer. Foi cuspido para a vida adulta, assim, na marra, logo aos 17, com a morte da mãe. Depois disso, foi tudo um turbilhão. Viu-se obrigado a sustentar-se e a arcar com os estudos, que acabavam naquele ano, pra alívio do rapaz. Forçando a memória não conseguia perceber a lacuna enorme que havia entre conseguir a vaga no Diário e ver a si mesmo casado e prestes a se tornar pai. Jane era o oposto dele. Não combinavam em nada. Pensando bem, agora, não sabia como tinham mantido o namoro por dois anos. Mesmo vasc

a procura #2.

eu não vi quando você partiu. rebusquei meu anseio, fiz dele força. procurei por toda parte, me encontrei sempre, à parte. fiz do chão abrigo, sentei e acendi um cigarro pra queimar todo e qualquer receio. agora, tudo o que eu preciso é sonhar. acordar sem querer e sorrir. acordar por querer, pra sonhar acordado. ver de perto o que guardaram pra mim atrás do véu...