Pular para o conteúdo principal
os quadrinhos já não me fascinam tanto quanto antes.
de fato, nada mais me fascina como antes, a não ser a música e as bandas e os shows.
eu vim andando pelo caminho mais curto, e de repente veio nas narinas o cheiro de todas as mulheres da minha vida, ao mesmo tempo.
eu pude reconhecê-los, um por um.
cada peculiaridade, cada diferença entre eles.
pude ver cada rosto feminino na minha cabeça à medida que os cheiros se revezavam.
pensei que algo pudesse estar acontecendo com elas.
improvável, assim simultaneamente.
talvez eu seja o único ponto comum entre elas.
elas vieram me dizer que eu não vou conseguir ser feliz nunca.
vieram me ver.
tirar sarro de mim.
o trânsito me tira o cheiro delas, e traz a fumaça.
me sinto melhor.
continuo andando, de encontro à estação que me traz tanto alívio.
aqui eu sempre tenho um alguém com quem falar.
aqui eu sempre tenho carinho infinito.
"por isso, você é o lugar pra onde sempre vou e fico..."

Comentários

l u a * disse…
desde quando elas podem dizer que você não vai ser feliz.? e que pretensão é essa, felicidade.?

te vejo no meio da confusão, a confusão me desnorteia. mas eu sei ser assim, de pedra. de osso, de carne. de sangue.
não vou doer. não vou te sufocar. tinhamo.

e quero um perdurar eterno.
"The best place is to find your home in time..."

HELLO!!!
Você já é feliz e não se dá conta...

Postagens mais visitadas deste blog

saudade.

ele esperava. nunca chegava no horário, mas hoje tinha conseguido ser pontual. a impaciência - pontuada por passos curtos daqui pra lá - era efeito da pontualidade dela, que sempre chegara antes dele. ela chegou, olhando-o com uma expressão de desculpas, com o mesmo andar sereno de todas as vezes. - oi. e aí? - ele disse. - tudo bem. e aí? - respondeu ela. ele abriu um sorriso e disse: - aí. (...) (eu vivo tão sozinho de... saudade.)

muito barulho por nada (ou a arte de parafrasear shakespeare sem dar sequer a mínima pra tudo o que ele disse).

era uma vez a Cidade Perfeita. lá tudo funcionava perfeitamente: não havia lixo na rua, não se viam mendigos ou crianças abandonadas, todos estavam inseridos na sociedade e dela participavam ativamente. não havia corrupção, os ônibus nunca estavam lotados. e é de dentro de algum desses veículos que o nosso amigo Reginaldo começou a revolucionar. vinha ele com seus fones de ouvido, o terno alinhadíssimo, postura ereta. sentou-se numa poltrona vazia. não havia ninguém do lado. até uma moça entrar pela porta do ônibus, girar a catraca e aproximar-se dele. ela já era conhecida de vista de Reginaldo, tomavam a condução juntos quase todos os dias. sempre se entreolhavam, um sentado num banco à frente do veículo, outro sentado mais atrás. estavam sempre se esbarrando. mas Reginaldo nunca tinha se proposto a ir falar com a moça. hoje porém, achava que seria diferente. observou os movimentos esguios da guria, com olhar atento. ela veio, procurou por um lugar vazio, e sentou-se exatamente do lad

medíocres.

eu queria aqui levantar uma questão simples: se todos procuram ser os melhores em tudo (melhor amigo, melhor namorado, melhor filme, melhor sensação, melhor funcionário, o mais qualificado, o mais bem-preparado, melhor comida...) o que vai ser dos bilhões de medíocres??? me diz!