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do monte fez-se areia.
e não foi à toa, que escolhi dele fazer meu sobrenome.
do lado oposto eu perdi o gosto, mas não venci.
deixei falhar a lembrança de quantas vezes lágrimas rolaram, e por tudo o mais em que se possa crer, perdi o rumo das minhas pernas e das palavras.
não há pra quem dizer, pra quem ligar ou pra quem chorar baixo, no canto, no colo.
só há falta. dos sons que puseram minha vida em música.
eu não pretendo aqui homenagear, nem mesmo fazer citação.
eu só quero externalizar. que de interno já há muita dor e canção.
que se fica tudo aqui preso, a vontade é de destruir muita coisa significante.
e eu que achava ser só uma insignificância, uma única gota no oceano de lágrimas que isso se tornou.

"eu não sambo mais em vão."

Comentários

Jaya Magalhães disse…
Você andou em Paquetá, rapaz. Coisa boa foi receber tua visita. Deixo aqui um obrigada-e-volte-sempre.

Sobre o post, eu já gostei. Essa coisa de brincar com os sentidos das palavras, em relação ao teu sobrenome. Essa mescla de palavras dos barbudos em “O Vencedor”, e depois em “Samba a Dois”. Sei que fui encaixando tudo e misturando sentidos em tuas frases.

Bela maneira de extravasar, Bruno. Bonita é a descoberta de não se sambar em vão. Não mais.

Meu beijo.

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