o horizonte ao longe fitava-me desesperadamente, me fazendo no peito uma dor lancinante. o relógio se apressou em me dizer que era hora feita, e eu fui saindo de mansinho, como quem não quer ir (e bem, eu não queria de fato), mas tive que passar pelo portal, seguir por aquele corredor hostil. "ah meu deus do céu vai ser doído assim no inferno!!!", e parafraseando tom zé, eu subi naquele pássaro. quando fui ver, já tinha caído gota atrás de gota, da plantação de saudade que tava criando ali, e eu, sem nem notar, me vi de repente flutuar, já longe as luzes da cidade, no céu lotado de nuvens relampejantes. imaginem qual não foi o meu espanto ao ver uma delas vindo em minha direção, pronta pra abocanhar os sonhos que eu guardei por tanto tempo. me apressei e alcancei o resto da turma, que já ia longe na viagem. aproveitei pra colher um pouco de cheiro teu, pois a saudade floresceria tão logo eu descesse de bordo. foi assim que visitei as nuvens, e brinquei com elas.