Pular para o conteúdo principal

Sexta-feira, 31 de outubro de 2008.

23h40

estou sentado na sala de espera para o embarque no portão. o avião acaba de estacionar ali. eu tô bem cansado. de manhã fui trancado em casa, não consegui sair até às 16h30, quase não vi minha mãe, quase perdi a paciência com isso tudo aqui. esse negócio de aeroporto internacional é um nojo. todo mundo se achando poliglota e cheio da grana. okay, eles até são, mas isso não faz de ninguém o rei-da-cocada-preta!
as palavras da mãe ainda ecoam aqui dentro... tão menos pela viagem quanto pelas advertências quanto aos problemas de relacionamento com o povo todo. isso é uma bosta. eu não gosto, mas a vontade de caminhar sozinho no mundo impera sempre, nesses dias. eu não sei o que fazer. ou sei, e não faço por covardia ridícula e pura.
a ceninha com o pessoal da companhia aérea na porta com sorrisinhos falsos tá rolando. o vôo vai sair à 00h00, cinco minutos atrasado. eu ainda não sei se vou conseguir chegar em tempo de curtir pelo menos o finzinho da festa na nath. mesmo assim, o peito parece que vai abrir de ansiedade (ou ansiosidade, como diria alguém, certo dia). como sempre, pra todos essa viagem parece uma loucura. pra mim também. eu gosto disso. de sentir a ilusão de controlar a própria vida. é bom. me conforta e afaga. ainda mais sabendo que vão ter uns olhinhos tão bonitos me esperando, quando eu chegar.
ah, é a chamada de embarque. agora são 23h54. eu vou voar pelo caminho mais bonito...

sábado, 01 de novembro de 2008.

00h20

estou já acomodado no assento 18F (janelinha, guris! janelinha!), vendo os outros aviões parados ali do lado, e a asa da aeronave em que me encontro.
isso demora de um jeito que não ajuda em nada minha ansiedade... acho que o pessoal dos assentos do lado exagerou um pouco na bagagem de mão. desligando os celulares, pessoal... vamos lá...
o inglês dos funcionários do aeroporto é horroroso. nota mental... hahahaha...
okay, chega de escrever... (por ora.)


e eu descobri que quando se está dentro de um avião a única coisa em que se pensa é: possibilidades e maneiras (detalhes e tudo o mais) de como ele irá cair. péssimo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

saudade.

ele esperava. nunca chegava no horário, mas hoje tinha conseguido ser pontual. a impaciência - pontuada por passos curtos daqui pra lá - era efeito da pontualidade dela, que sempre chegara antes dele. ela chegou, olhando-o com uma expressão de desculpas, com o mesmo andar sereno de todas as vezes. - oi. e aí? - ele disse. - tudo bem. e aí? - respondeu ela. ele abriu um sorriso e disse: - aí. (...) (eu vivo tão sozinho de... saudade.)

muito barulho por nada (ou a arte de parafrasear shakespeare sem dar sequer a mínima pra tudo o que ele disse).

era uma vez a Cidade Perfeita. lá tudo funcionava perfeitamente: não havia lixo na rua, não se viam mendigos ou crianças abandonadas, todos estavam inseridos na sociedade e dela participavam ativamente. não havia corrupção, os ônibus nunca estavam lotados. e é de dentro de algum desses veículos que o nosso amigo Reginaldo começou a revolucionar. vinha ele com seus fones de ouvido, o terno alinhadíssimo, postura ereta. sentou-se numa poltrona vazia. não havia ninguém do lado. até uma moça entrar pela porta do ônibus, girar a catraca e aproximar-se dele. ela já era conhecida de vista de Reginaldo, tomavam a condução juntos quase todos os dias. sempre se entreolhavam, um sentado num banco à frente do veículo, outro sentado mais atrás. estavam sempre se esbarrando. mas Reginaldo nunca tinha se proposto a ir falar com a moça. hoje porém, achava que seria diferente. observou os movimentos esguios da guria, com olhar atento. ela veio, procurou por um lugar vazio, e sentou-se exatamente do lad

medíocres.

eu queria aqui levantar uma questão simples: se todos procuram ser os melhores em tudo (melhor amigo, melhor namorado, melhor filme, melhor sensação, melhor funcionário, o mais qualificado, o mais bem-preparado, melhor comida...) o que vai ser dos bilhões de medíocres??? me diz!