Pular para o conteúdo principal

A Fuga.

estou longe de ocupar o meu lugar
por isso eu faço questão de achar
os motivos para reconsiderar
as coisas insanas que você escreveu

é fácil julgar quem erra sem saber o que é errar
sem saber de tudo o que faz alguém se perder e nunca mais se achar
preciso de tempo, uma desculpa esfarrapada
me esconder do vento dentro de alguém

a minha esperança me deixou tem muito tempo
por isso eu canto os males em tom menor
posso absorver toda essa tristeza
e cuspi-la no rosto do próximo a me importunar

é facil errar sem medo de sofrer o que virá
sem passar por tudo o que faz alguém construir um mundo e nunca mais criar
preciso de álcool, a minha fuga já surrada
me esconder do tempo dentro de um copo


A Fuga.mp3

Comentários

Karla Marrocos disse…
pode se esconder do vento dentro de mim, tá bom? eu sou bem quentinha (-) hahaha
Unknown disse…
Gostei do seu blog, moreno do violão.
Anônimo disse…
Este comentário foi removido por um administrador do blog.

Postagens mais visitadas deste blog

saudade.

ele esperava. nunca chegava no horário, mas hoje tinha conseguido ser pontual. a impaciência - pontuada por passos curtos daqui pra lá - era efeito da pontualidade dela, que sempre chegara antes dele. ela chegou, olhando-o com uma expressão de desculpas, com o mesmo andar sereno de todas as vezes. - oi. e aí? - ele disse. - tudo bem. e aí? - respondeu ela. ele abriu um sorriso e disse: - aí. (...) (eu vivo tão sozinho de... saudade.)

muito barulho por nada (ou a arte de parafrasear shakespeare sem dar sequer a mínima pra tudo o que ele disse).

era uma vez a Cidade Perfeita. lá tudo funcionava perfeitamente: não havia lixo na rua, não se viam mendigos ou crianças abandonadas, todos estavam inseridos na sociedade e dela participavam ativamente. não havia corrupção, os ônibus nunca estavam lotados. e é de dentro de algum desses veículos que o nosso amigo Reginaldo começou a revolucionar. vinha ele com seus fones de ouvido, o terno alinhadíssimo, postura ereta. sentou-se numa poltrona vazia. não havia ninguém do lado. até uma moça entrar pela porta do ônibus, girar a catraca e aproximar-se dele. ela já era conhecida de vista de Reginaldo, tomavam a condução juntos quase todos os dias. sempre se entreolhavam, um sentado num banco à frente do veículo, outro sentado mais atrás. estavam sempre se esbarrando. mas Reginaldo nunca tinha se proposto a ir falar com a moça. hoje porém, achava que seria diferente. observou os movimentos esguios da guria, com olhar atento. ela veio, procurou por um lugar vazio, e sentou-se exatamente do lad

medíocres.

eu queria aqui levantar uma questão simples: se todos procuram ser os melhores em tudo (melhor amigo, melhor namorado, melhor filme, melhor sensação, melhor funcionário, o mais qualificado, o mais bem-preparado, melhor comida...) o que vai ser dos bilhões de medíocres??? me diz!