Pular para o conteúdo principal

a escolha #4.

se para ele aquele mesmo instante de êxtase tinha se tornado um martírio, agora já não se tratava simplesmente de uma questão profissional.
as intermitências do tempo, esse grande brincalhão, haviam lhe trazido um novo desafio, assim como o mar, outrora revolto, no momento de calmaria traz os restos do barco afundado. a questão agora se tornara estritamente pessoal, coisa que não havia acontecido em todos esses anos de prática da temida (e redentora) Escolha.
aquela moça lhe intrigava tão profundamente que queria ser capaz de causar nela dor muito mais fustigante que o suspiro lépido da morte. precisava pensar em como se vingaria da única pessoa que conseguira escapar do seu julgo até ali.
acalmou-se, fitou o horizonte tímido que ali surgia. recostou-se na poltrona e contemplou a primeira estrela que já surgia no céu. deixou que o tempo agisse, à partir dali. iria ter sua vingança, cedo ou tarde.
o desafio contra a moça de cabelos curtos e lábios carnudos estava lançado...



pra quem não entendeu, a escolha #3 está aqui. depois dela, a patrícia rossi reescreveu o fim dessa estória aqui, lançando um novo desafio a ela. daí resolvemos fazer disso um pingue-pongue, muito legal.

Comentários

Anônimo disse…
hoje em dia não tenho mais medo de posts como esse hahahaha
Anônimo disse…
Vixe... não vou conseguir entender se não fizerem um desenho!

Who cares, né?
Jaya Magalhães disse…
An...

Vou tentar ver tudo, então. Mas, confesso: a moça escreve pacaráleo!

Beijo, Buno.
Anônimo disse…
Uau!
Que dupla vocês formam hein!

Quando eu crescer a gente faz um trio.
(A introsada)


Bom final de semana.

Postagens mais visitadas deste blog

muito barulho por nada (ou a arte de parafrasear shakespeare sem dar sequer a mínima pra tudo o que ele disse).

era uma vez a Cidade Perfeita. lá tudo funcionava perfeitamente: não havia lixo na rua, não se viam mendigos ou crianças abandonadas, todos estavam inseridos na sociedade e dela participavam ativamente. não havia corrupção, os ônibus nunca estavam lotados. e é de dentro de algum desses veículos que o nosso amigo Reginaldo começou a revolucionar. vinha ele com seus fones de ouvido, o terno alinhadíssimo, postura ereta. sentou-se numa poltrona vazia. não havia ninguém do lado. até uma moça entrar pela porta do ônibus, girar a catraca e aproximar-se dele. ela já era conhecida de vista de Reginaldo, tomavam a condução juntos quase todos os dias. sempre se entreolhavam, um sentado num banco à frente do veículo, outro sentado mais atrás. estavam sempre se esbarrando. mas Reginaldo nunca tinha se proposto a ir falar com a moça. hoje porém, achava que seria diferente. observou os movimentos esguios da guria, com olhar atento. ela veio, procurou por um lugar vazio, e sentou-se exatamente do lad...

augusta diário.

03h35 da manhã. meu sono foi embora, assim que você chegou. eu quis te beijar, te sentir bem perto. esquecer do mundo la fora, de todas as buscas que ainda me atormentam e só pensar no quanto as coisas mais simples parecem tão perfeitamente acomodadas quando você está por perto. lembrei de uma coisa bonita que escrevi, muito tempo atrás. quis te mandar. ainda não o fiz, pois o Wilco tocando aqui me fez perder a noção de tudo. Jeff Tweedy devia virar estátua quando morresse, e ser entitulado "O faquir da dor", como já diria o tio Jards Macalé, tão sabiamente. me lembrei de como tudo é tão cruel pra todos nós, hoje em dia. de como todas as coisas nos fazem sofrer. da pressão do dia-a-dia, da rotina que mata os sonhos, da falta de cuidado e zêlo entre as pessoas. nada disso pode abalar-me as estruturas agora. nada disso tudo que já me abalou. fecho os olhos. unhas vermelhas (mais precisamente Vermelho Paixão)passam pelo meu braço, enquanto cada um dos meus vários pelos se arrepi...

medíocres.

eu queria aqui levantar uma questão simples: se todos procuram ser os melhores em tudo (melhor amigo, melhor namorado, melhor filme, melhor sensação, melhor funcionário, o mais qualificado, o mais bem-preparado, melhor comida...) o que vai ser dos bilhões de medíocres??? me diz!