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saudade.

ele esperava.
nunca chegava no horário, mas hoje tinha conseguido ser pontual.
a impaciência - pontuada por passos curtos daqui pra lá - era efeito da pontualidade dela, que sempre chegara antes dele.
ela chegou, olhando-o com uma expressão de desculpas, com o mesmo andar sereno de todas as vezes.
- oi. e aí? - ele disse.
- tudo bem. e aí? - respondeu ela.
ele abriu um sorriso e disse: - aí.
(...)


(eu vivo tão sozinho de... saudade.)

Comentários

Anônimo disse…
ai gracinha (-)
aposto que o cenário era o safra. não?
Carlos Howes disse…
O silência às vezes é mais mortal que muitas palavras...
Nuvem disse…
Saudade. Uma vez quiz escrever um livro em torno dessa palavra ;)


beijos
M. Valeriano disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
M.Valeriano disse…
impossível descrever saudade, certas coisas só se sentem.
Laura Bourdiel disse…
Saudade...quem nunca leu essa palavra e pensou em poesia?

Lindo texto!

¡besitos!
Katrina disse…
saudade não deixa de ser má companhia
Marta Pinheiro disse…
ela sempre chega antes de mim também! HAHAHAHA! grande karla pontualidade inglesa!

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