deixei a entrada do metrô e segui em direção ao ponto de ônibus. caminhei de uma ponta à outra da plataforma, procurando a consciência que eu deixei em algum lugar por ali. me sentei num daqueles bancos de metal, gelados demais pro frio que fazia ali. enxerguei no ir e vir dos carros uma réstia de certeza, mas assim que o ônibus chegou eu a vi espalhar com o vento. no caminho eu olhava pela janela como se fosse encontrar o que perdi, mas isso só fez aumentar a confusão dentro da minha cabeça. tudo tinha aquela névoa onírica, que envolvia a noite, deixando-a ainda mais bonita e obscura. eu, na minha cega sede de detalhes, subestimei a razão, e nisso ela, revolta, me devolveu o tapa na mesma face de antes. fiz de tudo pra manter o rebolado, mas quebrei no meio, e continuei a andar assim mesmo, pra não dar o braço a torcer. pensei estar maluco. pensei ser um pouco da linda paranóia que acompanha meu temperamento conspiratório. acertei ao lembrar das tantas peças que a vida já me pregou, e