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augusta diário.

03h35 da manhã. meu sono foi embora, assim que você chegou.
eu quis te beijar, te sentir bem perto. esquecer do mundo la fora, de todas as buscas que ainda me atormentam e só pensar no quanto as coisas mais simples parecem tão perfeitamente acomodadas quando você está por perto.
lembrei de uma coisa bonita que escrevi, muito tempo atrás. quis te mandar. ainda não o fiz, pois o Wilco tocando aqui me fez perder a noção de tudo.
Jeff Tweedy devia virar estátua quando morresse, e ser entitulado "O faquir da dor", como já diria o tio Jards Macalé, tão sabiamente.
me lembrei de como tudo é tão cruel pra todos nós, hoje em dia. de como todas as coisas nos fazem sofrer. da pressão do dia-a-dia, da rotina que mata os sonhos, da falta de cuidado e zêlo entre as pessoas. nada disso pode abalar-me as estruturas agora. nada disso tudo que já me abalou.
fecho os olhos. unhas vermelhas (mais precisamente Vermelho Paixão)passam pelo meu braço, enquanto cada um dos meus vários pelos se arrepia e cai novamente. sinto o cheiro dos seus cabelos. mesmo com meu cigarro aceso quase a noite toda, o cheiro deles me toma sempre a atenção. e provocam sorriso. enroscam na barba por fazer. me beijam o rosto, levemente.
vejo seus olhos, fugindo dos meus, sem quererem fixar-se. e, do jeito que eu sempre olho pra tudo que me encanta os olhos, sorrio de lado. ao ver isso, seus olhos se fixam, e você ilumina todo o lugar com um dos mais belos sorrisos.
saio, acendo um cigarro. olho pra rua, penso em como me preparar pros caminhos que a vida traça e cimenta com a morte. esqueço até de mim quando sinto seu braço me envolver por trás. realmente, é impossível ficar sequer um tantinho triste-reflexivo com você por perto.
te envolvo em meus braços, seu rosto em meu ombro direito. abraço apertado, com vontade. guardaria você dentro de mim assim, se fosse possível. pra proteger de qualquer mal, e manter perto. do jeito que tem que ser. perto o bastante pra um beijo (delicioso), sempre que quisesse.
de repente me vem uma alegria tamanha.
eu soube. eu vi.

- eu amo você. - eu disse, com lágrimas nos olhos.


(foi o que aconteceu. dentro de mim.)

Comentários

CátiaSofia disse…
POrque o amor, tem simples momentinhos, que para uns é prefeitamente normal, mas para outras, algu perfeito!
Adorei o texto e desculpe a invasão!

Beijo:]
*por p. disse…
me fez inspirar e conseguir "palavrear" o que me aconteceu ontem...

adorei.

:* beibe.
Jaya Magalhães disse…
Acho que ainda não tinha lido nada tão doce, aqui. Que ainda não tinha conhecido esse teu lado, assim.

Eu senti o cheiro da fumaça, Bruno. Eu fui a moça do texto, que deixa os cachos se enroscarem na barba e beijar o rosto. Eu, vi minhas unhas vermelhas passarem pelo braço. E quis que eu fosse guardada dentro de alguém, assim.

Sabe quando um texto casa com o momento de quem lê? Foi o que aconteceu. Minha alegria? Por ler ali: autobiográfico. As acontecências dentro em você, foram belamente divididas conosco. Eu vivi, até.

Que seja absurdamente bom.
Que seja!

Beijoca, Brunoca.

[Lindo! Vou ler de novo. Rs.].
Anônimo disse…
e eu faço coisas que nunca pensei em fazer! é surreal. que lindo tudo isso, nem sei o que dizer. nao sei mesmo! ah! sei sim, vc não existe. mentira, existe sim! e eu sei bem disso!!
Amanda Beatriz disse…
tão bonitinho! é tão bom se sentir assim, né?
você escreve melhor quando tá apaixonado, sabia? hehehe!
beijo!
Carlos Howes disse…
Que sensação maravilhosa.

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