- você não faz questão nenhuma de entender!
- EU não faço??? é diferente não fazer questão de entender algo que se pode, Luísa!
- você é um cretino, Marcelo!
- é... talvez eu seja um cretino mesmo. mas pelo menos eu assumo isso.
a porta bateu estrondosamente. Marcelo sentou-se na cama, esperando a volta da namorada, talvez com uma faca ou um revólver na mão. não deu outra:
- Eu vou me matar! - disse ela, brandindo a faca contra o próprio pescoço.
- Luísa! olha a sujeira!!! pelamordedeus!
- FILHO DA PUTA!!! - ao dizer isso, ela joga a faca contra o namorado, num gesto de fúria cega. o cabo atinge a testa dele, que atordoado, se apoia na janela. um filete de sangue escorre pelo rosto, bifurcando-se no nariz e caindo sobre cada uma das maçãs do rosto do rapaz.
- Luísa, você tá maluca, mulher??? - diz ele, ainda meio tonto.
- Ai, Meu Deus!!! - Luísa diz, com olhar culpado.
- Sai daqui, sua desequilibrada! - Marcelo refuta o toque da garota, se afastando bruscamente.
Luísa começa a chorar. C o p i o s a m e n t e !
Senta no canto da sala, abriga o rosto na mãos.
Marcelo sai cambaleando, pra cozinha, pega um pano de prato - daqueles com mensagens - e enxuga o sangue. abre o armário em cima da geladeira, pega a caixa de primeiros socorros.
enquanto suturava a própria testa, Marcelo cantarolava This House Is A Circus do Arctic Monkeys. Imediatamente Luísa deixa o quarto e corre em direção a ele, pára na porta da cozinha e diz:
- PORRA, MARCELO! VOCÊ SABE QUE EU ODEIO ESSA MÚSICA!
- Aham. Eu faço de propósito, Luísa. Gosto de te azucrinar a vida... - retruca ele, em tom sarcástico.
- Caralho, Marcelo. Quando foi que você virou esse monstro?
- Quando me apaixonei por você, Meu Bem.
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Dizem isso, da vida.