ele entrou na garagem, sentou no carro e parou com a mão na chave no contato. pensou em tudo o que ela lhe dissera no momento anterior, sobre como ele não tinha qualquer interesse nela, sobre o fim. recostou a cabeça no banco e fechando os olhos, adormeceu. acordou em outro carro, de outra cor, no meio da estrada. teve dificuldade pra controlar o veículo. tentava se lembrar de como tinha ido parar lá. de repente, ao seu lado, ouviu: - Amor, você tá legal? - Tati???? - disse ele com cara de quem chupou limão. - E quem mais seria, André? - É... É... Quem mais? sorriu. pisou mais fundo no acelerador, o vento batendo nos cabelos que lhe açoitavam o rosto. a curva que vinha pela frente seria mais que uma curva. no começo dela ele recostou a cabeça comodamente no banco, e de novo adormeceu. acordou num sofá, em frente a tevê. o noticiário despejava tragédias sensacionalisticamente. sentia sede, muita sede. levantou, sentiu-se tonto, apoiou-se no que pode pra chegar até a cozinha. o filtro es